Nem tudo pode dar certo. Nem na vida, nem no jornalismo, profissão tão recheada de imprevistos, que muitas vezes acabam se tornando razão do próprio ofício – afinal, quantas matérias não surgem justamente de um imprevisto?

Foi com este pensamento que entrei em contato com a principal fonte para a reportagem do nosso segundo telejornal. Enviei o e-mail de tarde. À noite já tinha chegado a resposta, positiva. Filmaríamos dentro de duas semanas. Marcada a filmagem com o Rodrigo, só restava aguardar.

Eis que, no dia e horário combinados, chegamos ao campus da Educação Física, local escolhido para a matéria, e procuramos nossas fontes. Uma é professora, coordenadora de um projeto para pais de portadores de necessidades especiais. A outra era uma das mães participantes, mas aí veio o primeiro susto: cadê a mãe? Ela não iria, explicou a professora, mas nos tranquiliza e promete que encontraria outra entrevistada.

Subindo ao segundo andar da academia do campus, segundo susto: apenas quatro participantes – sendo que duas eram monitoras. Será que agora a matéria iria furar? Que nada: com muita música, exercício e descontração, o grupo faz jus a seu objetivo de trazer alegria aos atendidos e, literalmente, fica bem na fita (porque a câmera não é digital).

O melhor de ter acompanhado a Mariana na gravação é que, como produtor, já tinha terminado minhas tarefas, sobrando tempo para inventar tomadas “criativas”. O Rodrigo adorou; a repórter, nem tanto. Até hoje ela jura que vai se vingar de mim, por tê-la feito gravar olhando para o espelho. No final da passagem, as participantes ainda batem palmas – foi coincidência porque a música tinha acabado de terminar, mas o efeito ficou ótimo. Mais Jornal Hoje, impossível.

Quanto às entrevistas, tudo correu bem. Todas se dispuseram a conversar com a Mariana. Descendo ao primeiro andar, ainda deu para gravar mais uma passagem, arrematando a matéria. Levou pouco mais de uma hora. O resultado, na edição do vídeo, ficou muito bom.

Fica a lição de que, em alguns raros momentos, (quase) tudo pode sim dar certo. Para isso, além de esforço e um pouco de sorte, é importante planejamento. É o que a produção, um processo que está no coração dos preparativos telejornalísticos, mostra muito bem.