Por Laura Laís
A primeira vez... Alguém esquece? Muitas vezes a gente prefere esquecer. Porque é na primeira vez que TUDO dá errado! A ley de Murphy impera, os trevos de quatro folhas de nada adiantam. É o entrevistado que não aparece - e quando aparece está com aquela pressa de quem vai tirar o pai da forca - a fita acaba, o cabelo não pára de cair no rosto, a maquiagem borra, tá calor, tá frio, tô feia, tô gorda, aaaah!!!
 ‘1,2,3, gravando...’ Haaaam?? Qual que era mesmo a primeira fala? Pera, volta, volta. As palavras somem, simplesmente. Você leu, quinhentas vezes, e de repente é uma coisa da qual você nunca ouviu falar. Coisas do nervosismo, relaxa, respira, conta até 10...
Pra mim foi assim, um turbilhão! A expectativa e a vontade de fazer muito bem feito estressam. Repassa uma, duas, vinte vezes, e a gente sempre queria que repetisse mais uma vez. Não tem jeito, o entrevistado tem hora, o cinegrafista também. Tem informação errada! Deixa, corrige no pé da matéria. Então tá, vai assim mesmo. E foi. A primeira vez acabou, chega.
Aí vem o resultado... O vídeo, o jornal pronto. É, não ficou tão mal assim, podia ter falado assim, nossa mexi demais a cabeça, olha o tanto que o microfone tava alto!! E mais inúmeros comentários perfeccionistas...
A gente vai aperfeiçoando, depois de todo o sufoco da primeira vez dá pra ir acostumando e descobrindo a delícia de contar uma história, falar com o público, passar informações. A primeira experiência me trouxe a certeza de que é esse o jornalismo que eu quero fazer, assim como muita gente chegou à conclusão de que não quer fazer isso nunca mais depois da faculdade!