Por Vitor Ferolla 

Antes de fazer o curso de jornalismo nunca me imaginava por trás das câmeras. Quando pensava em jornalismo, me vinha à cabeça jornal impresso. Todavia, a dificuldade que encontrei com o impresso, a facilidade que encontrei com o opinativo e as experiências profissionais limitadas quase que apenas ao jornalismo on-line me fizeram repensar muitas das minhas opiniões pré-formadas antes de curso.

            Nós somos a geração do audiovisual, a mera leitura corre o risco de se tornar um exercício tedioso e, ao mesmo tempo, as novas tecnologias cada vez mais se aproximam de imitar com perfeição a realidade (3D). Nisso tudo, a TV possuiu uma capacidade de provocar em mim algo que o impresso não conseguiu, invertendo totalmente minhas expectativas.

            Exerci a função de produtor e, honestamente, não foi muito difícil. Faço estágio em assessoria, e um assessor de imprensa quando contrata o serviço de alguma emissora para gravar alguma propaganda sempre acompanha grande parte do processo. Marcar entrevistas para um repórter não é muito diferente de marcar entrevista para um assessorado.

            Nossa pauta caiu. Foi necessário estruturar outra, mas a repórter já estava preparada para isso e tinha a essencial pauta-reserva já pronta. Outro contratempo foi ter feito a entrevista sem colocar o microfone, mas o entrevistado aceitou tranquilamente a segunda vez e tudo ocorreu bem.

            Estou amando telejornalismo, aprendendo coisas completamente contrárias das que aprendemos no impresso e, ao mesmo tempo, não necessariamente contraditórias, apenas diferentes. E, mesmo assim, esse diário de bordo é apenas um relato inicial, pois a viagem está da metade para o final. A terra que planejo alcançar chama-se: “BoasNotaslândia”.

Ainda serei repórter, que foi uma função da qual gostei mesmo dentro do impresso, e que, na TV, pode me surpreender ainda mais. As matérias estudadas no curso têm sido uma redescoberta, como escreveu o jornalista e filósofo G. K. Chesterton: “um navegador inglês que cometeu um pequeno erro ao calcular sua rota e descobriu a Inglaterra, tendo a impressão de estar numa nova ilha dos Mares do Sul”.