O sol nasceu como em qualquer manhã de fim de abril e os 25 graus que marcavam os termômetros deixavam claro que o frio era só na barriga mesmo. Foi a primeira vez que me aventurei a fazer jornalismo em frente às câmeras e acharam que eu daria conta de apresentar um telejornal. E em pé. E sozinha. O tal do “Minuto UFU” pareceu durar mais de hora. Eu, com minhas pernas meio bambas e minha voz querendo falhar ao ler o texto no TP, não parecia a mesma pessoa que tentava acalmar os apresentadores de outras equipes que se aventuraram em seguida. Falei pra eles que “era de boa”, mas acho que só vi que tinha conseguido quando me ouvi dizendo: “o Minuto UFU fica por aqui, tenha uma boa tarde, e até amanhã”. Nessa hora eu relaxei, ficaria ali lendo notícias por mais várias horas, mas eu vi que tinha outra pessoa na fila, no mesmo lugar em que esperei a minha vez, com o script amassado, entre os dedos suados das mãos frias. Afinal, era a primeira vez pra todos ali. Dei um sorriso, me despedi e disse até amanhã pra uma área do jornalismo que eu nunca imaginei que ia gostar tanto.